O Brasil anunciou nova diretriz pressão arterial. Uma nova diretriz, divulgada durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia no dia 18 de setembro de 2025, passa a classificar como pré-hipertensão valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 (120-139 mmHg sistólica e/ou 80-89 mmHg diastólica). Essa mudança é fruto de iniciativa conjunta da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
O que há de novo na classificação
Até então, valores como 12/8 mmHg costumavam ser considerados “normais limítrofes” ou “normais altos”. Agora, segundo a nova diretriz, esse intervalo é considerado uma zona de alerta — a pré-hipertensão — em que começam a valer recomendações médicas mais incisivas, mesmo que ainda não haja hipertensão plena.
Por que essa mudança? O que dizem os especialistas
Especialistas afirmam que há evidências crescentes de que níveis de pressão arterial antes considerados “normais” já associam-se a maior risco de infarto, AVC e lesões renais. A diretriz brasileira agora inclui o escore PREVENT, que avalia o risco cardiovascular em dez anos, levando em conta fatores como obesidade, diabetes, colesterol alto e lesões em órgãos-alvo como rins e coração.
Como era e como passa a ser
Antes | Agora |
---|---|
Até 12/8 considerada “normal limítrofe” | 12-13,9 / 8-8,9 = pré-hipertensão |
Hipertensão diagnóstica a partir de 14/9 (140/90 mmHg) | A meta de controle para hipertensos: <130/80 mmHg |
Quem é afetado e o impacto nacional
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), cerca de 27,9% dos adultos brasileiros já convivem com hipertensão, mas apenas cerca de um terço mantêm a pressão realmente controlada.
Sintomas da pressão alta: por que é chamada de inimiga silenciosa
A hipertensão costuma não dar sinais claros. Por isso, muitas pessoas convivem com pressão alta sem saber. Alguns sintomas inespecíficos podem aparecer, como dor de cabeça, tontura, visão turva, falta de ar e palpitações, mas nem sempre eles indicam hipertensão de forma direta. É justamente essa ausência de sintomas que torna a doença perigosa: quando descoberta, já pode ter causado danos a órgãos como coração, rins, olhos e cérebro.
O que fazer na prática: prevenção & tratamento

- Reduzir o consumo de sal e evitar ultraprocessados.
- Aumentar a ingestão de frutas, verduras e alimentos ricos em potássio.
- Praticar atividade física regular, como caminhada ou corrida leve.
- Evitar tabagismo, excesso de álcool e controlar estresse.
- Usar métodos de monitoramento como MAPA e MRPA quando indicados.
Diferença entre pré-hipertensão e hipertensão
É importante entender que a pré-hipertensão não é uma doença instalada, mas um estágio de risco aumentado. Já a hipertensão é o diagnóstico consolidado, quando a pressão ultrapassa consistentemente 14 por 9 (140/90 mmHg) ou quando o paciente apresenta lesões em órgãos-alvo. A pré-hipertensão funciona como um alerta: é o momento ideal para agir antes que a situação evolua para algo mais grave.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que significa “pré-hipertensão”?
É a faixa de pressão entre 12/8 e 13,9/8,9 mmHg, considerada de risco inicial.
Todos nessa faixa precisam tomar remédio?
Não necessariamente. Primeiro mudam-se hábitos; remédios só em casos de risco elevado ou persistência.
Por que o novo limite é <130/80 mmHg?
Porque pressões acima disso ainda estão ligadas a maior risco de infarto e AVC.
Estilo de vida e controle da pressão: o papel do paciente
A nova diretriz deixa claro que remédios não são a única resposta. Grande parte do sucesso no controle da pressão vem do próprio paciente: manter um peso saudável, praticar exercícios regularmente, reduzir o consumo de sal e de álcool e buscar boas noites de sono. Pequenas mudanças somadas fazem diferença enorme. Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 80% dos casos de hipertensão poderiam ser prevenidos ou controlados com ajustes de estilo de vida.
Brasil, Europa e Estados Unidos: comparando diretrizes
O Brasil agora se aproxima das recomendações internacionais. Nos Estados Unidos, desde 2017, a pressão acima de 120/80 mmHg já é considerada um sinal de alerta. A Europa também adota valores semelhantes, destacando a importância da prevenção precoce. Essa harmonização é positiva, pois facilita a comparação de estudos científicos e torna o tratamento mais alinhado com as melhores práticas globais. Para o paciente, significa acesso a cuidados mais atualizados e com base em evidências.
Conclusão
A nova diretriz pressão arterial 2025 representa um marco na prevenção da hipertensão no Brasil. Ao reclassificar valores considerados normais, traz mais atenção para quem antes ficava no “limite” e ajuda a reduzir complicações graves a longo prazo. Para pacientes e médicos, o recado é claro: prevenção e estilo de vida saudável nunca foram tão importantes.
Fontes utilizadas
- APM – Pressão de 12 por 8 é reclassificada como pré-hipertensão em nova diretriz
- Campo Grande News – Nova diretriz classifica pressão 12 por 8 como pré-hipertensão
- Olhar Digital – Nova diretriz reclassifica pressão de 12/8 como pré-hipertensão
- Infomoney – Nova diretriz de hipertensão arterial no Brasil segue Europa e EUA
- SBN – Nova Diretriz Brasileira de Medida da Pressão Arterial dentro e fora do consultório
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